Ateu versus Agnóstico

Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos alegam a impossibilidade de provar a existência - ou não - de Deus. Embora existam relatos de povos primitivos que não acreditavam em nenhum deus, a expressão ateísmo (que significa, em grego, a negação de Deus) foi cunhada no final do século 16, época da Inquisição. Já a expressão agnosticismo (deus desconhecido, também do grego) é mais recente e atribuída a T. H. Huxley, cientista inglês do século 19.

As bases filosóficas do agnosticismo foram assentadas no século XVIII por Immanuel Kant e David Hume, porém só no século XIX é que o termo agnosticismo seria formulado. Seu autor foi o biólogo britânico Thomas Henry Huxley numa reunião da Sociedade Metafísica, em 1876. Ele definiu o agnóstico como alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior não foi nem nunca será resolvida.

Agnosticismo tem sido empregado no sentido de um meio-termo entre teísmo e ateísmo. Isso é estritamente incorreto pois teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam na existem de Deus daqueles que não acreditam. Já o agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística.

Um agnóstico pode ser tanto ateu quanto teísta ou deísta. Alguém que admita ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a questão — portanto agnóstico — pode com base nisso não ver motivos para crer em qualquer deus, ou pode, apesar disso, ainda crer em algum deus por fé (fideísmo). Nesse caso pode ser ainda um teísta, caso acredite em conceitos sobrenaturais como propostos por alguma religião ou revelação, ou um deísta, caso acredite na existência de algo consideravelmente mais vago.

3 comentários:

  1. Obrigado pela belíssima explicação. Sou agnóstico de carteirinha e não tinha lido nada tão concludente e claro sobre ateísmo e agnosticismo. Muiot bom!

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  2. Já eu vejo da seguinte forma, algumas práticas religiosas nos colocam em terríveis duvidas sobre a existência divina. Mais ai está a questão acreditar ou não acreditar, vejo como surreal a não existência de Deus, nossa que tal perfeição a criação de tudo, aceito mais essa questão por acreditar, será mesmo que não existe? O mundo surgiu mesmo de uma explosão, de mutações, enfim duvidemos acreditando na existência de Deus. E repugnando a existência dessas religiões insolúveis.

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  3. Poucas vezes um texto curto explica de forma objectiva e clara conceitos com fundamentações complexas. Muitas vezes nem conceitos simples.
    Gostei de ler.

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